Além da Vida (HereAfter), com Matt Damon atuando como um dos personagens centrais da trama é um filme para pensar. O tema é forte, muito debatido pelo mundo inteiro, a morte e sua obscuridade, o que há por tras dela, para onde vamos depois que fechamos os olhos para sempre? Ele não responde a pergunta totalmente, mas nos deixa respostas subliminares, que te levam a pensar muito.
Não vou dizer que esta película é motivante, não, ela é parada em alguns pontos, pesada em outros e capaz de fazer o mais descrente pensar duas vezes antes de discutir o assunto. Damon faz um homem com o dom da visão, ou uma maldição - como o próprio persongem coloca -, algo que o impende de viver uma vida completa e feliz. Incapaz de prosseguir qualquer relacionamento se vê debatendo sobre sua existência. Em outra ponta da história temos a vida de uma jornalista completamente desfragmentada após sobreviver ao Tsunami que ocorreu nas Filipinas e matou milhões de pessoas. Cécile de France é a atriz responsável por encarnar Marie uma famosa, inteligente e esperta jornalista que se encontra em um mundo diferente do seu e tem sua vida virada do avesso. Se não bastasse tanta desgraça nos deparamos com outra persongem, na realidade duas. Em outro ponto do globo, em Londres (sim a história se passa em três lugares diferentes: Paris, Londres e São Francisco) dois irmãos corajosos e amoros são separados de forma brusca e estúpida. Os meninos Frankie e George Mclaren encarnam Jason e Marcus de tal forma que se torna impossível não se emocionar com eles.
Impactante, extasiante, emocionante e reflexivo esses são os adjetivos que encontro para esse filme. Sem mais nem menos. Um filme em que a pipoca se entala na garganta e o refrigerante se torna um refúgio para as lágrimas. Um filme que faz você dar uma volta em si mesmo e começar a pensar sobre o que é sua vida e o que existe após o fim dela.
Além da vida é dirigido por ninguém menos que Clint Eastwood (eu particularmente sou fã desse homem de traço forte e sério). Ator, diretor, produtor, famoso por filmes westerns (em que o enquadramento do seu rosto de lado com os olhos estreitados e um cigarro na boca era sua marca registrada), atuou também em Um punhado de dólares (A Fistful of Dollars), de 1964, onde sua triologia o lançou para o mercado internacional. Após muitas idas e voltas como ator embarcou no mundo da direção na qual arrebatou Oscars e outras premiações importantes como Academic Awards em Sobre meninos e lobos (Mystic River), de 2003. Sua marca agora não é apenas aquele jeito de machão, mas sim a reflexão, o tom pesado de seus filmes.
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