Ontem eu tive uma aula inusitada de literatura brasileira.
Estamos estudando Gregório de Matos, o Boca do Inferno, e nessa aula o professor nos trouxe algumas de suas poesias.
O poeta se mostra como uma pessoa de extrema inteligência, e com uma capacidade muito boa para escrever críticas...
Comparamos com cantores da época da ditadura militar, e percebe-se muito desse "cara" que se utilizou da pena e tinta para criticar, sacanear e sartirizar muitos de seus desafetos.
Uma pessoa que merece ser estudada sempre....
Olhe um exemplo dele:
Triste Bahia
Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando, e tem trocado,
Tanto negócio e tanto negociante.
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
Oh se quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
Se você notar irá ver semelhanças na música de Caetano Veloso, Triste Bahia, do álbum Transa.
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