o amor cortês é algo diferente, platônico e impossível a meu ver. Ontem conheci a história de uma freira, teve uma paixão avassaladora por um homem do exército, um tenente. O tempo os separou, ele precisava ir para outro país, ela ficou na terra natal, ele arranjou outra mulher para amar; ela desejou a morte e viveu a melancolia de seu amor, do seu ato de amar. Amar-se não era o suficiente e para isso precisava mandar cartas pro objeto amado. Foram publicadas cinco delas. E um trecho eu posto aqui. São cartas de lágrimas, de dor e de orgulho ferido.
"Aceito, assim, sem uma queixa, a minha má fortuna, pois não a quiseste tornar melhor. Adeus: promete-me que terás saudades minhas se vier a morrer de tristeza; e oxalá o desvario desta paixão consiga afastar-te de tudo. Tal consolação me bastará, e se é forçoso abandonar-te para sempre, queria ao menos não te deixar a nenhuma outra. E serias tão cruel que te servisses do meu desespero para te tornares mais sedutor, e te gabares de ter despertado a maior paixão do mundo? Adeus, mais urna vez. Escrevo-te cartas tão longas! Não tenho cuidado contigo! Peço-te que me perdoes, e espero que terás ainda alguma indulgência com uma pobre insensata, que o não era, como sabes, antes de te amar. Adeus; parece-me que te falo de mais do estado insuportável em que me encontro; mas agradeço-te, com toda a minha alma, o desespero que me causas, e odeio a tranquilidade em que vivi antes de te conhecer Adeus. O meu amor aumenta a cada momento. Ah, quanto me fica ainda por dizer..."
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