A Garota da capa vermelha (Red Ridding Hood) lembra um pouco a história fantástica de Chapeuzinho Vermelho, o primeiro conto, não a versão florida a que todos conhecem. O enredo passa-se num vilarejo distante, onde as pessoas o conhecem apenas pela fama. A de que a cada lua cheia é preciso trancar-se em casa e deixar uma oferenda para O Lobo. Aqui também difere da moral com relação ao conto conhecido, ela é mais romanceada, pelo fato, acredito, para agradar mais as garotas que irão assistir ao filme.
Para quem conhece os trabalhos da diretora Catherine Hardwike verá sua assinatura em muitos pontos. Entre eles, o início com uma cena área sobre a região em que ocorre a história, muito gelo seco, luz sobre as copas das árvores. Sim, ela sabe como trabalhar com fotografia, mas acredito que isso passa a ser um pouco clichê. Lembro que enquanto assitia ao filme me recordei das cenas de seu trabalho mais conhecido pela turma adolescente, Crepúsculo (Twilight). Muitos takes parecidos, como as viradas de câmeras, os closes dos olhos, dos rostos dos personagens centrais, até o cabelo do antagonista do filme de vampiros se parece. Uma pena.
Alguns pontos fortes ao filme posso deixar para os atores, claro. Gary Oldman aparece como um padre caçador de lobisomens (bem caricato por sinal). Adoro esse ator em especial, acho seus trabalhos sensacionais. Amanda Seyfried que vive a donsela, nada indefesa, está bem com o papel. Mas como todo o filme me deixou transparecer que faltou algo. Como diria o dito popular: "faltou tempero". É um trailer bacana, não posso negar, mas não passa disso.
Esse é mais uma das inúmeras adaptações dos contos infantis. A anos fazem leituras diferenciadas dessas histórias. Para meninos temos o italiano Pinóquio, há também Peter Pan e mais recentemente Em busca da Terra do Nunca (Finding Neverland). Para as meninas temos Cinderela (Ever After), de Drew Barrymore, Alice no país das maravilhas (Alice in Wonderland) - aqui cheio de efeitos que lembro um mundo fantástico gótico, típico do diretor Tim Burton, que o colocou sua versão mais atualizada e totalmente diferente dos outros anteriores. Uma versão mais cool de a Bela e a Fera (Beastly), mais nova iorquina, com linguajar mais adolescente e por fim Chapeuzinho Vermelho.
Adolescente, com trilhas num estilo meio emo de ser, fotografia buscando o escuro, o sombrio. Enfim, um filme que foi feito para assistir, assim como quem não quer nada, espairecer um pouco a mente e perceber pontos diferentes daquele que ouvias quando sua mãe lia para você.
Para assistir e ficar com gostinho:
Se quiseres saber um pouco da versão original da Chapeuzinho acesse aqui: