terça-feira, 26 de abril de 2011

Vovó, que olhos grande você tem...



A Garota da capa vermelha (Red Ridding Hood) lembra um pouco a história fantástica de Chapeuzinho Vermelho, o primeiro conto, não a versão florida a que todos conhecem. O enredo passa-se num vilarejo distante, onde as pessoas o conhecem apenas pela fama. A de que a cada lua cheia é preciso trancar-se em casa e deixar uma oferenda para O Lobo. Aqui também difere da moral com relação ao conto conhecido, ela é mais romanceada, pelo fato, acredito, para agradar mais as garotas que irão assistir ao filme.
Para quem conhece os trabalhos da diretora Catherine Hardwike verá sua assinatura em muitos pontos. Entre eles, o início com uma cena área sobre a região em que ocorre a história, muito gelo seco, luz sobre as copas das árvores. Sim, ela sabe como trabalhar com fotografia, mas acredito que isso passa a ser um pouco clichê. Lembro que enquanto assitia ao filme me recordei das cenas de seu trabalho mais conhecido pela turma adolescente, Crepúsculo (Twilight). Muitos takes parecidos, como as viradas de câmeras, os closes dos olhos, dos rostos dos personagens centrais, até o cabelo do antagonista do filme de vampiros se parece. Uma pena.
Alguns pontos fortes ao filme posso deixar para os atores, claro. Gary Oldman aparece como um padre caçador de lobisomens (bem caricato por sinal). Adoro esse ator em especial, acho seus trabalhos sensacionais. Amanda Seyfried que vive a donsela, nada indefesa, está bem com o papel. Mas como todo o filme me deixou transparecer que faltou algo. Como diria o dito popular: "faltou tempero". É um trailer bacana, não posso negar, mas não passa disso.
Esse é mais uma das inúmeras adaptações dos contos infantis. A anos fazem leituras diferenciadas dessas histórias. Para meninos temos o italiano Pinóquio, há também Peter Pan e mais recentemente Em busca da Terra do Nunca (Finding Neverland). Para as meninas temos Cinderela (Ever After), de Drew Barrymore, Alice no país das maravilhas (Alice in Wonderland) - aqui cheio de efeitos que lembro um mundo fantástico gótico, típico do diretor Tim Burton, que o colocou sua versão mais atualizada e totalmente diferente dos outros anteriores. Uma versão mais cool de a Bela e a Fera (Beastly), mais nova iorquina, com linguajar mais adolescente e por fim Chapeuzinho Vermelho.
Adolescente, com trilhas num estilo meio emo de ser, fotografia buscando o escuro, o sombrio. Enfim, um filme que foi feito para assistir, assim como quem não quer nada, espairecer um pouco a mente e perceber pontos diferentes daquele que ouvias quando sua mãe lia para você.

Para assistir e ficar com gostinho:

Se quiseres saber um pouco da versão original da Chapeuzinho acesse aqui:

sexta-feira, 22 de abril de 2011

só por estar apaixonada por Florbela =)


EU...

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...

Sou talvez a visão que alguém sonhou.
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

                                                  Florbela Espanca

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Até logo... até logo.... até logo... até logo.....

"Jornalismo está em tudo." Essa frase ouvi de um professor de redação jornalística há tempos atrás. Você vê pauta (título dado para o assunto que vai virar matéria ou entrevista) em tudo. Desde o bibelozinho da sua tia pendurado na estante até a queda de um ditador. Basta você encontrar e saber usar cada assunto. Os programas diários precisam lidar com tudo isso todos os dias. Não é uma tarefa fácil, os números de audiência que sobem e descem a cada segundo martela a cada instante na mente dos editores e produtores.
No filme, Uma manhã gloriosa (Morning glory), com Harrison Ford, Diane Keaton e Rachel McAdams, fala desse aspecto na TV. Claro, por se tratar de um filme ele foi romanceado. A história se volta em Beck Fuller, uma jornalista em busca de emprego após perder o seu próprio numa empresa de TV. Desesperada, após ouvir da mãe que sonhar só traz esperança ao fracos, aceita o trabalho de produtora num programa falido.
Sua missão é elevar a audiência de um dos programas matutinos mais tradicionais da TV americana. Por ser nova em uma empresa, é lógico que ninguém gosta - de início - ela irá tentar conquistar os durões e um deles é Mickey Pomeroy, interpretado aqui pelo excelente Harrison Ford. Velha guarda do jornalismo, premiado e reconhecido mundialmente, esse jornalista está literalmente em fim de carreira. É um personagem durão, mas com coração de manteiga (clichê eu sei...). Ford está sensacional nesse papel, adorei suas caras (na maior parte única, caricata). Nos seus quase 70 anos seu charme, contudo, ainda está em voga e esse galã sessentão empresta um pouco do seu Indiana Jones para esse homem egoísta.
A fotografia é, em alguns momentos, lindíssima. Uma boa sacada do diretor é uma sequência de cenas sobre a montagem do jornal, onde uma música erudita toca em conjunto com cenas dos bastidores do jornal. Maravilho ver as funções que vejo todos os dias no meu trabalho exposta à minha frente na tela grande como mágica. O diretor de imagem surge como um maestro empunhando a batuteta, dizendo através de seu púpito qual câmera, onde deve estar cada apresentador/repórter para o enquadramento (romanceado, porque é um pouco diferente da realidade).
Infelizmente esse filme não foi feito para o público não jornalista, por não aproveitar bem os personagens (Mickey Pomeray ficou um pouco apagadinho, ou o romance da produtora Beck). Contudo, como a maoria dos filmes esse possui uma moral, bonitinha, igual a livros infantis como Chapeuzinho Vermelho. Você é humano, não um robô, portanto viva! Ficar focado apenas no trabalho verás a vidar passar diante de si e arrependarás no futuro. Uma moral a todos que vivem apenas no trabalho, e principalmente ao jornalista, que fica focado em procurar matéria a todo o tempo e esquece que um dia tem vida própria.

Gostinho de quero ver:

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Lobato

Estava querendo postar alguma coisa mas sem ideias até ver que hoje é o aniversário de Monteiro Lobato. Ele que foi um dos meus autores preferidos na infância. Alguém ainda se lembra dos pedidos da professora para algum livro infantil que você tenha que ler e trazer para sala? Pois bem, o meu foi As reinações de Narizinho. Uma obra prima perfeita para quem quer começar a entrar em um mundo sem volta ao universo das letras.
Monteiro Lobato criou personagens marcantes para aqueles que tiveram a oportunidade de conhecer suas obras. Narizinho, Saci, Emília, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, tia Anastácia. Foram tantos que enumerá-los é complicado. Até hoje sou fã da boneca de pano que ganhou vida e se tornou ícone do que é a mente infantil, da liberdade imaginativa. Alguns de seus personagens ganharam vida fora de seus livros, caso de Dona Benta que virou capa de livro de receitas. Em meados da década de 50 e depois em 60, 80 e finalmente 2000 o pessoal do sítio ganhou serialização em TV. Foram milhares de crianças que tiveram a oportunidade de conhecer essa obra maravilhosa.
Claro que ele não escreveu apenas para crianças, mas foram com elas que ele se tornou conhecido e apreciado. Embora hoje muitos digam que seus livros tem conotação racista e que não devam mais fazer parte dos bancos escolares (na real acho um absurdo esse projeto que tende a proibí-los), acredito que eles sim devem fazer parte do imaginário infantil. É com ele que muitas conhecem personagens do folclore nacional, o homem/garoto do interior.


terça-feira, 5 de abril de 2011

como vc fala?

Ler, ler, ler!!!
Sempre é bom, falo isso direto que ás vezes chega a ser chato. Anfã!
O bom de voltar aos bancos escolares é a quantidade de livros que agente tem acesso, pelo menos de títulos. Estou com um sem par para ler com O vendedor de passados, do autor africano José Eduardo Agualusa. Ainda não o li, mas já sei que preciso fazê-lo ainda nesse mês. Nessa mesma reta tenho mais um grande português para ler.
Outra coisa que me chama a atenção ainda são como as palavras são faladas pelas pessoas. Cada região tem seu jeito de falar, ou sotaque, como preferir. Uma de nossas atividades é tentar ver como o pessoal da nossa região fala. Algo que aprendi lá, até os 16 anos você normalmente adquire o sotaque da região em que você viveu. No meu caso o sul do estado (agora entendi porque o pessoal daqui, Floripa, me zoa quando falo alguma palavra com um /r/ mais puxado... -.-). São coisas assim que me fazem querer aprender, conhecer algo diferente e novo. Ler dá essa oportunidade, conversar, conhecer o diferente também.
Então gente, leia! Converse! Se divirta com os colegas, amigos e desconhecidos que um dia venham a se tornar uma boa lembrança em sua mente. =)