quarta-feira, 20 de abril de 2011

Até logo... até logo.... até logo... até logo.....

"Jornalismo está em tudo." Essa frase ouvi de um professor de redação jornalística há tempos atrás. Você vê pauta (título dado para o assunto que vai virar matéria ou entrevista) em tudo. Desde o bibelozinho da sua tia pendurado na estante até a queda de um ditador. Basta você encontrar e saber usar cada assunto. Os programas diários precisam lidar com tudo isso todos os dias. Não é uma tarefa fácil, os números de audiência que sobem e descem a cada segundo martela a cada instante na mente dos editores e produtores.
No filme, Uma manhã gloriosa (Morning glory), com Harrison Ford, Diane Keaton e Rachel McAdams, fala desse aspecto na TV. Claro, por se tratar de um filme ele foi romanceado. A história se volta em Beck Fuller, uma jornalista em busca de emprego após perder o seu próprio numa empresa de TV. Desesperada, após ouvir da mãe que sonhar só traz esperança ao fracos, aceita o trabalho de produtora num programa falido.
Sua missão é elevar a audiência de um dos programas matutinos mais tradicionais da TV americana. Por ser nova em uma empresa, é lógico que ninguém gosta - de início - ela irá tentar conquistar os durões e um deles é Mickey Pomeroy, interpretado aqui pelo excelente Harrison Ford. Velha guarda do jornalismo, premiado e reconhecido mundialmente, esse jornalista está literalmente em fim de carreira. É um personagem durão, mas com coração de manteiga (clichê eu sei...). Ford está sensacional nesse papel, adorei suas caras (na maior parte única, caricata). Nos seus quase 70 anos seu charme, contudo, ainda está em voga e esse galã sessentão empresta um pouco do seu Indiana Jones para esse homem egoísta.
A fotografia é, em alguns momentos, lindíssima. Uma boa sacada do diretor é uma sequência de cenas sobre a montagem do jornal, onde uma música erudita toca em conjunto com cenas dos bastidores do jornal. Maravilho ver as funções que vejo todos os dias no meu trabalho exposta à minha frente na tela grande como mágica. O diretor de imagem surge como um maestro empunhando a batuteta, dizendo através de seu púpito qual câmera, onde deve estar cada apresentador/repórter para o enquadramento (romanceado, porque é um pouco diferente da realidade).
Infelizmente esse filme não foi feito para o público não jornalista, por não aproveitar bem os personagens (Mickey Pomeray ficou um pouco apagadinho, ou o romance da produtora Beck). Contudo, como a maoria dos filmes esse possui uma moral, bonitinha, igual a livros infantis como Chapeuzinho Vermelho. Você é humano, não um robô, portanto viva! Ficar focado apenas no trabalho verás a vidar passar diante de si e arrependarás no futuro. Uma moral a todos que vivem apenas no trabalho, e principalmente ao jornalista, que fica focado em procurar matéria a todo o tempo e esquece que um dia tem vida própria.

Gostinho de quero ver:

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