sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Hey Carol! I`m here....

Quem nunca teve um amigo imaginário? De ficar horas brincando de forte, ou de construir uma cidade inteira com areia e alguns gravetos?
Spike Jonze tentou projetar isso em seu filme Onde vivem os monstros (Where the wild things are, Warner Bros., 09). A solidão é a tecla mais usada por aqui, às vezes em SAP.
Primeiramente deixe-me falar que antes de ir ver o filme me falaram que era bem parecido com A história sem fim. Bem vamos dizer que eles são parecidos em dois aspectos: o primeiro em ambos os filmes os personagens principais são crianças sozinhas, sem alguém para lhes fazer companhia. Número dois, os bonecos e o mundo paralelo; nos dois vemos aqueles olhos gigantes, o sorriso desengonçados deles. Mas para por aí. O mundo, bem eles são paralelos, mas se diferem um do outro. O primeiro é o mundo de fantasia, cheio de mitos, magia e criaturas; o segundo é apenas um lugar onde seres fantásticos vivem e tentam aprender com os seus erros e egoísmos. E aí, eu até me atreveria a dizer que esses seres seriam os ids de Max e daqueles que convivem com ele no mundo real.

Jonze criou uma história simples (embora seja uma adaptação das histórias de mesmo nome, do autor Maurice Sendak), onde de mansinho, mostrou como fomos criados, e quem são as crianças criadas por pais ocupados. Momentos de solidão, brincadeiras com amigos e aventuras que fogem o real. Isso é a vida. Nada mais, nada menos. Como toda criança, Max, também precisa de atenção. É um menino como qualquer outro de sua idade, mimado, egoísta e criativo. Vemos isso no decorrer da história, sua mente voa aos mais altos pedestais da fantasia. A fotografia é encantadora, acolhedora em alguns momentos pelos tons de dourado e amarelo, em outras nos remonta a depressão do personagem, um escuro cinza tomando conta de cada pedacinho da película.
Não é um filme para ser visto apenas como entretenimento, mas para pensar profundamente em como vemos os nossos momentos de total solidão, nossos egoísmos e possessões. Acredito que esse era o ponto que o diretor queria chegar aqui, e para mim, ao menos, conseguiu.


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